Professora une ensino e diversão em projetos

A arte de ensinar pode extrapolar os limites da sala de aula. No entanto, a tarefa exige mais que comprometimento com a profissão escolhida. Depende de amor pela carreira e pelos alunos, além de exigir doação. Na data em que se comemora o Dia do Professor, o Diário mostra o trabalho de docente da rede estadual de Santo André para ensinar conceitos de Física e Química de maneira prática e divertida aos estudantes.
Criado há cinco anos, o projeto Somos Físicos já ganhou blog (www.vanialima.blog.br) e conta com cerca de 500 vídeos em seu canal no YouTube. A mentora, professora de Física e Química das escolas estaduais Professor Percio Puccini e Professora Wanda Bento Gonçalves, em Santo André, Vânia Lima, destaca que a ideia surgiu da necessidade de associar o aprendizado com a realidade do aluno. “A informação precisa acompanhar a tecnologia, ser rápida. Isso também é uma característica minha. Não consigo ficar numa sala e ter uma aula trivial.”
A proposta da docente é aplicar os conteúdos teóricos das disciplinas em experimentos, como é o caso de um robô feito com restos de madeira e seringa para trabalhar Física hidrostática (ramo que estuda a força exercida por e sobre líquidos em repouso). Outra produção, na mesma área, é a favorita do aluno do 1º ano do Ensino Médio Cauê dos Anjos, 16 anos. Trata-se da fonte de Heron, criada há 2.000 anos. “Achava que teria dificuldade na matéria, mas minhas notas são melhores que nas demais”, revela.
A estudante Laila Cândido, 16, acredita que fica mais fácil aprender na prática e com diversão, opinião compartilhada por Lucas dos Santos, 15. “A gente se interessa mais pela aula”, comenta a jovem. O reconhecimento dos alunos se transforma em ajuda. Isso porque eles auxiliam a docente a subir e descer do ônibus com sua mala carregada de experiências todos os dias.
Vânia se esforça para encontrar tempo na rotina de trabalho e avançar nos experimentos, editar os vídeos, atualizar o blog e criar as divertidas paródias, seja no contraturno, à noite ou aos fins de semana. “É até clichê falar, mas isso é minha vida. Não ganho dinheiro com esse projeto, mas nada paga a satisfação que tenho.”
A professora é uma das que mantêm vivo o ensinamento do educador Paulo Freire: ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades para sua própria construção ou produção. “Procuro trabalhar as múltiplas inteligências”, diz.
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