
Uma gema (do latim gemma) ou pedra preciosa é um mineral, rocha ou material petrificado que, quando lapidado ou polido, é colecionável ou usável para adorno pessoal em joalheria. Algumas são orgânicas, como o âmbar (resina de árvore fossilizada) e o azeviche (uma forma de carvão). Certas gemas, embora valiosas e bonitas, não são suficientemente duras ou são demasiado frágeis para serem usadas em joias (por exemplo, todocrosita), mas são exibidas em museus e procuradas por colecionadores.

Laboratório de pedras preciosas no Rio
Entre as gemas encontram-se muitos minerais formados em rochas, tais como o diamante, o rubi, a safira, a esmeralda, a alexandrita, a opala, o olho de gato, o topázio, a turmalina, a granada, todas encontradas aqui no Brasil. Já as chamadas gemas orgânicas como ambar, pérola e coral, são formadas na biosfera. Tanto as gemas naturais como as orgânicas são raras e, por isso, muito valiosas.
Antigamente, as gemas eram classificadas em pedras baratas, semipreciosas e preciosas, dependendo da sua cor, sua dureza, sua pureza e raridade. Atualmente, todas as gemas são consideradas preciosas, embora as quatro originais (diamante, rubi, safira e esmeralda) sejam geralmente, mas nem sempre, as mais valiosas. Para avaliar uma gema são necessários profissionais experientes. Por isso, abaixo, seguem alguns conceitos para ajudar quem está começando a lidar com pedras preciosas e quer aprender como conhecê-las e classificá-las.
Ametista

Classificação quanto à dureza
Dureza de uma gema (pedra preciosa) é a resistência que ela oferece ao ser riscada por um objeto de teste, pontiagudo.
Há uma tabela chamada Tabela de Dureza de Mohs, na qual há uma graduação que vai de 1 a 10. Quanto maior for esse número, mais dura é a gema classificada, consequentemente, maior o seu valor.
Mohs escolheu 10 minerais de durezas diferentes para comparação e os classificou. Minerais e gemas com durezas um e dois são moles; de três a seis, são meio duras; e, acima de seis, são duras. Já os minerais de durezas oito a dez, nessa escala, são descritos como gemas muito boas.
Rubi

Minerais e escala de dureza (Mohs)
- Talco: Dureza 1. É riscado com a unha;
- Gipso: Dureza 2. É riscado com a unha;
- Calcita: Dureza 3. É riscado com uma moeda de cobre;
- Fluorita: Dureza 4. É riscada com uma faca;
- Apatita: Dureza 5. Pode ser riscada com uma faca;
- Ortoclásio: Dureza 6. Pode ser riscado com uma lima de aço;
- Quartzo: Dureza 7. Risca o vidro de uma vidraça;
- Topázio: Dureza 8. Não risca;
- Coríndon: Dureza 9. Não risca;
- Diamante: Dureza 10. Não risca.
Alexandrita

Classificação quanto à cor
A cor é a característica mais importante das gemas. Não podemos usar a cor para identificar uma gema, pois muitas têm a mesma cor e outras possuem várias cores como a turmalina.
“Não há nenhum método prático para determinar a cor de uma gema. Mas há uma dica: A cor da gema deve ser definida, nem muito escura nem muito clara”, afirma o professor Itamar Fernandes Esteves, do curso Como Fazer Lapidação de Pedras, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.
Quartzo

Mudança de cor
Algumas gemas alteram a sua cor devido a alguns fatores. Vejamos alguns exemplos:
- O quartzo rosa pode se tornar pálido, quando exposto diretamente à luz do sol;
- A ametista submetida a várias centenas de graus centígrados muda de violeta, que é a sua cor original, para vermelho-acastanhada, verde ou leitosa;
- O citrino, que é normalmente amarelo, pode mudar de uma cor menos atraente para uma cor mais valorizada no mercado, por meio de tratamento térmico;
- A água marinha esverdeada pode ser aquecida e se transformar em azul-marinho;
- Aquecendo-se a variedade castanho-avermelhada do zircão (jacinto), esta torna-se incolor, como um diamante, ou azul como uma água-marinha;
- Em pedras porosas como lápis-lazúli, turquesa, pérolas e ágata, as cores são melhoradas com a adição de pigmento.
Atenção!
Algumas dessas cores resultantes não são permanentes, as pedras podem tornar-se pálidas, podem mudar de cor ou podem ficar manchadas.
Todas as gemas com mudanças de cor artificiais, com exceção de pedras tratadas com calor e ágatas tingidas, têm de ser marcadas, quando oferecidas à venda.
Classificação quanto à transparência
Quanto mais transparente a gema for, mais valiosa ela será. A presença de substâncias estranhas, bolhas de ar ou fissuras no interior do cristal afetam a sua transparência.
Classificação quanto à pureza
As gemas consideradas puras são aquelas que não têm nenhuma substância reconhecível em seu interior. As substâncias encontradas dentro das gemas como bolhas de ar, outros minerais, líquidos, alteração da estrutura cristalina e sinais de fases de cristalização são chamadas de Inclusões.
A maioria das inclusões são consideradas como desvalorizadoras das gemas, porque influem na cor e na resistência mecânica das pedras. No entanto, há inclusões que as valorizam, como os rutilos que são microtúbulos dispostos no interior das gemas.
Resumindo, o valor da gema vem da cor, da dureza, da pureza e, principalmente, da raridade. Com base nesses parâmetros, elas se classificam em baratas, semipreciosas e preciosas. Evidentemente, existem pedras que não chegam nem a semipreciosas, pelo grau de cor e defeitos. As semipreciosas são aquelas mais comuns e com valor no mercado como a ametista e o citrino.
A turmalina pode ser preciosa ou semipreciosa. Se a pedra tiver uma cor extra, um tamanho grande, uma coloração definida e uma pureza, ela pode ser classificada como preciosa. Por outro lado, se a pedra tiver uma cor escura demais, ou se ela tiver muito clara, ou com defeito, o seu preço já cai.

diamantes extraídos en Africa Austral.
Gemas sintéticas
Materiais gemológicos podem ser produzidos também em laboratório a um custo baixo, mas com a mesma qualidade de beleza e encanto que a gema natural.
Gemas como a rubi, safira, esmeralda, opala, alexandrita já tem o seu ?clone? sintético. Até o diamante que se forma sob condições de pressões e temperaturas altíssimas em grandes profundezas do planeta, já foi sintetizado em laboratório, com custo sensivelmente baixo.
O Gemólogo
O profissional que estuda, testa e identifica gemas é o gemólogo. Este profissional deve ter bons conhecimentos de Mineralogia, Petrologia e Geologia, além de Física e Química para poder desempenhar este papel.
O gemólogo estuda as propriedades, identifica a natureza da gema, classifica-as em função do peso, lapidação, cor, dureza e pureza e opina ainda sobre o valor econômico destes materiais naturais.
Portanto, este profissional controla a qualidade das gemas, o que é fundamental para vendedores, compradores e colecionadores, atuando no controle das necessidades de avaliar muitas variedades de material existente no comércio, no descobrimento de novas gemas e assessorando tecnicamente no tratamento de gemas naturais.
Outro campo relevante de atuação se dá nos métodos de gemas sintéticas e no reconhecimento de gemas de imitação, as quais só têm a aparência de gema mas nunca seu valor econômico.

Como diria Marilyn Monroe, os diamantes são os melhores amigos de uma mulher. Mas nem todas sabem como essa e outras joias tão cobiçadas foram parar nas vitrines das lojas, lapidadas e brilhantes.
Está curiosa para descobrir a resposta? Conheça um pouco sobre a mineralogia no nosso post do dia!

O que é a mineralogia?
A mineralogia é uma ciência que se dedica ao estudo de minerais em vários aspectos: sua estrutura química e molecular, as propriedades físicas e também ópticas, a sua gênese, o seu metamorfismo e a sua meteorização.
Essa ciência começou de forma modesta, focando apenas em dar nomes aos vários tipos de minerais encontrados. Mas com o passar dos anos, ela evoluiu muito.
No Brasil
Antes mesmo dos colonizadores chegarem ao Brasil, os índios já trabalhavam com os minerais. As pedras eram utilizadas para fabricar armas como o machado, ponta de lanças e flechas, pilão, facas, entre outros instrumentos necessários para a sobrevivência.
Com o passar do tempo, os indígenas também passaram a utilizar essas pedras para confeccionar adornos e também para praticar rituais religiosos com a fabricação de estátuas de ídolos e deuses.
50 anos depois da chegada dos portugueses ao Brasil, cartas começaram a chegar no outro lado do atlântico, informando aos reis que muitas pedras e metais preciosos foram encontrados em nossas terras.
O primeiro mineralogista do nosso país foi José Bonifácio, mais conhecido pela sua representação política, mas que tinha como um dos seus passatempos preferidos essa prática mineralógica.
Surgiram vários outros mineralogistas durante o período colonial até os dias de hoje. O estudo sobre as pedras preciosas se desenvolveu muito aqui no Brasil, especialmente depois das jazidas encontradas em Minas Gerais.
Nos dias de hoje, novas espécies minerais são descobertas graças ao empenho de vários pesquisadores que foram surgindo através dos anos. Já são mais de 50 espécies minerais descobertas em terras brasileiras, e destas, 11 foram identificadas pelo geólogo Daniel Atencio.
No mundo
Fora do Brasil, a mineralogia surgiu como ciência com o cientista e humanista Georg Bauer. Ele foi tão importante nessa área que é conhecido como o pai da mineralogia.
Como foram surgindo novas técnicas graças ao avanço da tecnologia, a mineralogia deixou a mera descrição de pedras para estudar as propriedades físicas e químicas das pedras com a finalidade de obter maior qualidade. Hoje temos vários campos de estudo, dentre eles há a ciência dos materiais, física do estado sólido e química inorgânica.
Qual é a sua importância?
Você pode estar se perguntando qual o motivo de estudar sobre isso e com qual objetivo. Pois bem, a mineralogia é uma excelente maneira de retirar esses recursos naturais do meio ambiente sem danificá-lo. Além disso, é possível otimizar o uso dessas pedras e, com isso, gerar mais lucros para a empresa em todas as etapas na produção de joias.
Com a mineralogia é possível:
– Saber o real valor econômico do material que você tem;
– Qual é a demanda de mercado para esse tipo de pedra.
Dessa forma, você consegue saber qual é o tipo de produto que o seu consumidor mais gosta. Com a aplicação da mineralogia, a empresa pode aproveitar melhor todo o processo de produção da joia e levar maior qualidade para os seus clientes.

Leitura recomendada
Schumann, W.. 2002. Gemas do Mundo,9a.Edição, Editora Ao Livro Técnico, Rio de Janeiro, 280 ps.
Schumann, W.. 1986. Gemas do Mundo 3a.Edição, Editora Ao livro Técnico, Rio de Janeiro, 254 ps.
Schumann, W.. 1994. Rochas e Minerais, Editora Ao Livro Técnico, Rio de Janeiro, 223 p.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gema_(mineralogia)http://www.igc.usp.br/index.php?id=174http://blog.artouro.com.br/afinal-para-que-serve-mineralogia/https://www.cpt.com.br/cursos-comofazer/artigos/pedras-preciosas-classificacao-quanto-a-dureza-cor-transparencia-e-pureza