
No dia 05 de novembro de 2013, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)
assinou um acordo para reduzir o teor de sódio nos alimentos
industrializados. Porém, quando se diz “sódio”, na verdade, fala-se do
íon sódio. Vamos entender o que é um íon e depois veja como isso faz a
diferença no uso desses termos.
Os átomos são eletricamente neutros no
estado fundamental, pois a quantidade de prótons no núcleo (partículas
positivas de carga igual a +1) é igual ao número de elétrons presentes
na eletrosfera (partículas negativas de carga igual a -1), sendo assim
essas cargas se anulam.
No
entanto, pode acontecer de um átomo ou de um grupo de átomos perder ou
ganhar elétrons e, com isso, formar íons. Os íons são espécies químicas
carregadas eletricamente porque apresentam o número de prótons diferente
do número de elétrons.
Vamos tomar o átomo de oxigênio como exemplo. No estado fundamental ele possui 8 elétrons e 8 prótons:

Átomo de oxigênio no estado fundamental
Todos os elementos no estado fundamental
são representados somente por seu símbolo, como O, ou por seu símbolo
acompanhado da carga “zero”: O0. Observe que o oxigênio
possui seis elétrons na camada de valência (última camada eletrônica),
assim, para ficar mais estável, esse elemento pode ganhar de outro átomo
mais dois elétrons, ficando com um total de oito elétrons na camada de
valência. O resultado é a formação do íon O2-, pois, visto que ele ganhou dois elétrons, o oxigênio ficou com duas cargas negativas a mais:
Se o átomo tivesse ganhado apenas um elétron, sua carga seria -1, como no exemplo do flúor: F-1 (fluoreto). Se tivesse ganhado três elétrons, sua carga seria -3, como acontece no caso do nitrogênio: N-3.
Os íons negativos são chamados de ânions.
Agora vejamos o exemplo do sódio. No
estado fundamental, esse elemento possui número atômico (Z = prótons)
igual a 11 e 11 elétrons, sendo representado por Na ou por Na0:

Átomo de sódio no estado fundamental
Observe que ele possui um elétron na
camada de valência (última camada eletrônica), assim, para ficar mais
estável, esse elemento pode perder esse elétron. O resultado é que a
quantidade de partículas positivas (prótons) será maior em uma unidade e
ocorrerá a formação de um íon positivo, com carga +1, representado por
Na+.
Os íons positivos são chamados de cátions.
O fato de perder ou ganhar elétrons muda
totalmente as propriedades químicas e físicas das espécies químicas.
Isso acontece com o sódio, que no estado fundamental é um metal sólido e
mole, sendo muito reativo, explodindo até mesmo em contato com a água e
precisando ser guardado em querosene para não entrar em contato com o
ar:

O sódio metálico é sólido e altamente reativo
Por isso, o sódio que nós ingerimos nos alimentos não é o sódio mesmo (Na), mas, na verdade, trata-se do cátion sódio (Na+).
Por exemplo, o sal de cozinha é o cloreto
de sódio (NaCl), que é formado quando o sódio perde um elétron para o
cloro, realizando uma ligação iônica e formando os íons Na+ e Cl-.
Isso significa que quando comemos algum alimento com sal, estamos
ingerindo o cátion sódio. Esse cátion é essencial para algumas funções
importantes em nosso organismo, sendo que a principal é transportar
impulsos elétricos através dos nervos e fibras.
Mas nós não precisamos adicionar sal à
comida para ingerir a quantidade necessária de cátion sódio que nosso
corpo necessita (1 g), tendo em vista que vários alimentos já o possuem.
A Organização Mundial da Saúde recomenda uma ingestão diária de 5,0 g,
mas os brasileiros estão consumindo cerca de 12 g. O excesso de cátions
sódio pode causar problemas cardíacos, como a hipertensão arterial. Por
isso, a ANVISA está preocupada com a concentração dos cátions sódio em
alimentos como misturas para sopas, macarrão instantâneo, massa
alimentícia, biscoitos de polvilho e biscoito salgado.
Por Jennifer Fogaça
Graduada em Química


Graduada em Química


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