
Por causa das chuvas de convecção ou precipitação covectivas que ocorrem na região.
A Bacia Amazônica é um dos três centros quase
permanentes de intensa convecção acoplada à zona
do cavado equatorial. Ela exerce um papel
fundamental no funcionamento do clima global.
As
florestas da Amazônia desempenham um papel
crítico na regulação do clima regional e global. Por
meio de intensa evapotranspiração, as florestas
tropicais bombeiam calor latente à atmosfera para
equilibrar o forte calor radiativo à superfície. A forte
e extensiva convecção tropical sobre o continente
durante o verão do Hemisfério Sul transporta o calor
latente para a alta troposfera e o distribui às zonas
temperadas.

Chuva de convecção no Vale do Rio Purus, Amazonas.
Ao fazer isso, floresta e convecção,
juntas, resfriam a Amazônia, ao mesmo tempo em
que se torna uma intensa fonte troposférica de calor
para a circulação atmosférica global. Desse modo, a
liberação de calor latente é uma grande fonte de
calor na região e é responsável pelas características
da circulação regional do verão austral [Silva Dias et
al., 1987]; ela também pode gerar anomalias
significativas na circulação dos Hemisférios Norte e
Sul como padrões de teleconexão [Grimm e silva
Dias, 1995].
As complexas interações entre variáveis
climáticas na Bacia Amazônica têm implicações
importantes para a potencial mudança do clima, em
níveis local e global. Dado que a Amazônia é uma
região com dados esparsos, as variáveis climáticas
são insuficientemente quantificadas; incertezas
significativas permanecem no entendimento dos
diferentes processos subjacentes aos mecanismos
dinâmicos do clima e sua variabilidade em uma
ampla variação de escalas temporais e espaciais.


A convecção tropical é a principal característica
do clima da Bacia Amazônica. Ela é regulada
principalmente por características atmosféricas em
grande escala, inclusive pela circulação de Hadley e a
Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), a
circulação de Walker, a oscilação intrassazonal de 40
a 60 dias, e ondas atmosféricas, e também por
processos meteorológicos como a penetração de
frentes frias extratropicais [Santos de Oliveira e
Nobre, 1986]. Além disso, a importância da
retroalimentação da superfície terrestre-atmosfera
sobre a hidroclimatologia amazônica não pode ser
superestimada. Padrões regionais de precipitação
dependem grandemente dos balanços hídricos e da
energia à superfície, impulsionados pelos ciclos
sazonais e diurnos de energia solar que, por sua vez, modulam a reciclagem de precipitação que responde
por aproximadamente 25 – 30% da precipitação na
Amazônia [Eltahir e Bras, 1996].

O aviador Gérard Moss, que passou um ano e sete meses sobrevoando o céu do país atrás dos “rios voadores” da Amazônia, nuvens com potencial de precipitação que influenciam nas chuvas do sudeste e sul do Brasil,terminou sua viagem. O resultado, apresentado hoje (18), em São Paulo, confirmou o que ele suspeitava: a Floresta Amazônica exerce grande influência nos ciclos pluviais das principais regiões que movimentam a economia do país.
Importantes papéis
são também desempenhados pela temperatura da
superfície do mar (TSM) do Oceano Atlântico tropical
[Dickinson, 1987] na parte leste da bacia e pela
forçante dos Andes, ao longo de sua parte ocidental.
Duas das características mais distintas da
circulação atmosférica de alto nível no verão do
Hemisfério Sul sobre a América do Sul tropical são o
bem definido anticiclone centrado sobre a Bolívia, a
“Alta da Bolívia” [Kreuels et al., 1975; Virji, 1981] e
um cavado próximo à costa do nordeste do Brasil
[Kousky e Gan, 1981].
A Zona de Convergência do
Atlântico Sul (ZCAS) é outra importante característica
da circulação de verão da região da América do Sul. É
uma zona de convergência longa e ampla, que segue
a orientação noroeste-sudeste a partir da Amazônia
para os subtrópicos próximos à costa sudeste do
Brasil, projetando-se sobre o Oceano Atlântico Sul
adjacente [Kodama, 1992, 1993]. Na baixa
troposfera, os ventos alísios oriundos do Atlântico
equatorial penetram na Amazônia e então se movem
em sentido anti-horário para o leste da Cordilheira
dos Andes em direção ao sul e sudeste a 15°S, onde o
fluxo torna-se então ciclônico nas partes centrais do
continente formando uma baixa próxima a 20°S.
Todas essas características da circulação
observada sobre a América do Sul tropical e
subtropical durante o verão austral formam a
Monção de Verão da América do Sul (MVAS). Muitos
desses traços que dominam a circulação geral são
reconhecidos como características típicas de monção
[Zhou e Lau, 1998; Vera et al., 2006].
As
características principais da MVAS são mais bem
desenvolvidas durante os meses de verão, de
dezembro a fevereiro, e incluem um gradiente de
temperatura terrestre e oceânica em grande escala,
baixa pressão sobre o interior do continente (Baixo
Chaco) e alta pressão (Alta da Bolívia) com circulação
anticiclônica em altitude, uma célula de revolvimento
vertical com um braço crescente sobre o interior do
continente e movimento descendente sobre o
oceano, e intenso influxo de umidade para o
continente em baixos níveis responsável por fortes
mudanças na precipitação sazonal, bem como um
efluxo da região amazônica para a Bacia La Plata,
referida como o jato em baixos níveis sul americano
ao leste dos Andes. [Marengo et al., 2004].
https://daac.ornl.gov/LBA/lbaconferencia/amazonia_global_change/10_Caracteristicas_Nobre.pdf
https://daac.ornl.gov/LBA/lbaconferencia/amazonia_global_change/10_Caracteristicas_Nobre.pdf
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