Hoje recebi flores!...
Não é o meu aniversário ou nenhum outro dia especial; tivemos a nossa primeira discussão ontem à noite e ele me disse muitas coisas cruéis que me ofenderam de verdade.
Mas sei que está arrependido e não as disse a sério,
Não é o meu aniversário ou nenhum outro dia especial; tivemos a nossa primeira discussão ontem à noite e ele me disse muitas coisas cruéis que me ofenderam de verdade.
Mas sei que está arrependido e não as disse a sério,
porque ele me enviou flores hoje.
E não é o nosso aniversário ou nenhum outro dia especial.
E não é o nosso aniversário ou nenhum outro dia especial.

Ontem ele atirou-me contra a parede e começou a asfixiar-me.
Parecia um pesadelo, mas dos pesadelos acordamos e sabemos que não são reais. Hoje acordei cheia de dores e com golpes em todos lados.
Mas eu sei que ele está arrependido, porque me enviou flores hoje.
E não é Dia dos Namorados ou nenhum outro dia especial.

Ontem à noite bateu-me e ameaçou matar-me.
Nem a maquiagem ou as mangas compridas poderiam ocultar os cortes e golpes que me ocasionou desta vez.
Não pude ir ao emprego hoje porque não queria que percebessem.
Mas eu sei que está arrependido porque ele
me enviou flores hoje.
E não era Dia das Mães ou nenhum outro dia especial.

Ontem à noite ele voltou a bater-me, mas desta vez foi muito pior.
Se conseguir deixá-lo, o que é que eu vou fazer?
Como poderia eu sozinha manter os meus filhos?
O que acontecerá se faltar o dinheiro?
Tenho tanto medo dele!
Mas dependo tanto dele que tenho medo de o deixar.
Mas eu sei que está arrependido,
porque ele me enviou flores hoje.

Hoje é um dia muito especial:
É o dia do meu funeral.
Ontem finalmente conseguiu matar-me.
Bateu-me até eu morrer.

Se ao menos eu tivesse tido a coragem e a força para o deixar...
Se tivesse pedido ajuda profissional...
Hoje não teria recebido flores!
Se tivesse pedido ajuda profissional...
Hoje não teria recebido flores!
Lei Maria da Penha - Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.
A
história de Maria da Penha Maia Fernandes, 71 anos, dá hoje a
oportunidade há muitas mulheres de se defenderem da violência doméstica.
Vítima de um relacionamento abusivo com um marido que tentou matá-la e
que a deixou paraplégica, Maria sobreviveu e lutou para que o que
aconteceu com ela não fosse enquadrado apenas nos crimes que já estavam
previstos no Código Penal, mas passasse a ser considerado um crime de
violência doméstica.
O sofrimento dela foi reconhecido pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), que condenou o Brasil e fez o país mudar a legislação e dar mais atenção, e tratamento, à violência doméstica.
Em 2016 a Lei Maria da Penha faz 10 anos. Ela foi fortalecida pela lei que criou o crime de feminicídio, que completa um ano dia 9. É sobre esses avanços, e sobre o que ainda precisa mudar, que Maria da Penha fala nesta entrevista exclusiva ao Santa.
O sofrimento dela foi reconhecido pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), que condenou o Brasil e fez o país mudar a legislação e dar mais atenção, e tratamento, à violência doméstica.
Em 2016 a Lei Maria da Penha faz 10 anos. Ela foi fortalecida pela lei que criou o crime de feminicídio, que completa um ano dia 9. É sobre esses avanços, e sobre o que ainda precisa mudar, que Maria da Penha fala nesta entrevista exclusiva ao Santa.
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