Se você olhar ao seu redor, com certeza as encontrará. São invenções
que revolucionaram o mundo. Em alguns casos, salvaram vidas. Em outros,
simplesmente as melhorou.
No Dia Internacional da Mulher, apresentamos 11 inventos ou tecnologias desenvolvidos por elas.
1. Teste de urina para monitorar diabetes
O trabalho no campo da química realizado pela cientista americana Helen
Free, de 93 anos, revolucionou os exames para diagnosticar doenças e
detectar gravidez.
Free desenvolveu, junto com seu marido,
Alfred, as tiras que são usadas em todo o mundo para monitorar a
diabetes ao revelar a presença de glucose na urina no paciente.
Dotadas de substâncias químicas, essas tiras de alguns milímetros de
largura apresentam uma reação ao entrar em contato com compostos
presentes na urina.
Nascida em 1923, a pesquisadora lançou seu
invento no mercado com o nome de Clinistix, uma tecnologia que
representou um grande avanço em testes rápidos e eficazes não só de
urina, como também de sangue.
2. Medicamento contra leucemia
Segundo o Salão da Fama dos Inventores dos Estados Unidos, a americana
Gertrude B. Ellion (1918-1999) inventou o medicamento contra leucemia
conhecido como 6-mercaptopurina e inovações farmacêuticas que
facilitaram o transplante de rim.
Nascida em uma família de
imigrantes lituanos, a bioquímica começou a investigar a doença. Suas
pesquisas levaram ao desenvolvimento não só da 6-mercatopurina, como
também de outro fármaco, a 6-tioguanina.
"A expansão de sua
pesquisa a conduziu ao Imuran, um derivado da 6-mercatopurina que
impedia a rejeição pelo corpo de tecidos externos. Usado com outros
medicamentos, o Imuran permitiu os transplantes renais entre pessoas que
não eram parentes", destaca o Salão da Fama de Inventores.
Ellion também liderou a equipe que desenvolveu medicamentos para tratar
gota e um antiviral para combater infecções causadas pelo vírus da
herpes.
Em 1988, o prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina foi
concedido a ela, James W. Black e George H. Hitchings "por suas
descobertas sobre princípios-chave de tratamentos a base de
medicamentos".
"Por casualidade, conheci um químico que buscava
um assistente de laboratório. Ainda que não pudesse me pagar um salário
nesta época, decidi que a experiência valia a pena", disse a cientista
em um texto autobiográfico publicado no site do prêmio Nobel.
"Fiquei ali um ano e meio, e finalmente passei a ganhar o incrível
montante de US$ 20 (em valores atuais, US$ 338, ou R$ 1278) por semana.
Já havia economizado um pouco de dinheiro e, com a ajuda de meus pais,
entrei na escola de pós-graduação da Universidade de Nova York no outono
de 1939. Era a única mulher na classe de química, mas ninguém parecia
se importar."
3. Método para melhorar negativos fotográficos
Em 1978, a Associação para o Avanço de Invenções e Inovações dos
Estados Unidos elegeu a química Barbara S. Askins, hoje com 77 anos,
como a inventora do ano por ter criado um processo para recuperar os
detalhes de negativos que haviam sido subexpostos.
No mesmo ano, a pesquisadora patenteou sua invenção, que permitia melhorar fotografias usando materiais radioativos.
A Nasa a havia contratado em 1975 para encontrar uma forma melhor de
revelar fotos astronômicas e geológicas feitas a partir do espaço e
obter imagens em que os detalhes pudessem ser vistos com clareza em vez
de borradas ou com pouca definição.
Sem sua tecnologia, diz a
Nasa em seu site oficial, estas imagens seriam inúteis. Seu invento foi
"tão bem sucedido que seu uso se expandiu para além da agência espacial e
foi aproveitado na obtenção de melhorias em raios-X e na restauração de
fotos antigas".
4. 'Calculadora gráfica' para resolver problemas de transmissão de energia
Edith Clarke (1883- 1959) é considerada uma pioneira da engenharia
elétrica e da computação. Ela foi a primeira engenheira elétrica a ser
empregada profissionalmente nos Estados Unidos e a primeira professora
em tempo integral desta área no país.
"Inventou uma
calculadora gráfica que simplificou para determinar as características
elétricas de longas linhas de transmissão de eletrecidade", indica o
Salão da Fama de Inventores dos Estados Unidos.
Clarke foi uma
autoridade na manipulação de funções hiperbólicas, circuitos
equivalentes, análise gráfica e sistemas elétricos. A cientista
patenteou a calculadora Clarke em 1925.
"Sua carreira teve com
tema central o desenvolvimento e a disseminação de métodos matemáticos
que simplificaram e reduziram o tempo empregado em cálculos complicados
para resolver problemas de design e operação de sistemas de energia
elétrica", explica James E. Brittain no ensaio Do Computador à
Engenharia Elétrica: a extraordinária carreira de Edith Clarke.
"Ela traduziu o que muitos engenheiros viam como métodos matemáticos
esotéricos em gráficos ou em formas mais simples, em uma época em que os
sistemas de energia se tornavam mais complexos."
5. Vidro sem reflexo
As pesquisas de Katharine Blodgett (1898-1979) e Irving Langmuir
criaram uma nova disciplina científica ao experimentarem com películas
orgânicas com uma só molécula de espessura que tiveram aplicações
práticas em campos tão variados como a conversão de energia solar e a
fabricação de circuitos integrados.
"Como assistente de
Langmuir na General Electric, Blodgett deu prosseguimento à descoberta
de Langmuir, que consistia em uma capa única de superfície de água que
podia ser transferida para um substrato sólido. Anos depois, ela
verificou que o processo podia ser repetido para criar uma pilha de
capas múltiplas de qualquer espessura", explica o Salão da Fama dos
Inventores dos Estados Unidos.
Primeira mulher a obter um PhD em
Física na Universidade de Cambridge, no Reino Unido, Blodgett
aprofundou seu trabalho e criou revestimentos anti-refletores para
superfícies de vidro. Isso fez com que produzisse, como destaca o Salão,
o primeiro vidro "verdadeiramente invisível".
Sua invenção,
conhecida como filme Langmuir-Blodgett, foi patenteada nos Estados
Unidos em 1940. "O vidro sem reflexo eliminou a distorção de luz que
existia em vários equipamentos ópticos, incluindo lentes de sol,
telescópios, microscópios, câmeras e projetores."
6. Peneiras moleculares para refino de petróleo
Não há como falar de Edith Flanigen sem mencionar a descoberta de
formas mais eficientes, limpas e seguras de refinar petróleo. De fato,
seu invento foi uma peça-chave na produção de gasolina em todo o mundo.
Em 1956, a química americana "começou a trabalhar na tecnologia
emergente de peneiras moleculares, estruturas cristalinas microporosas",
explica o Salão da Fama de Inventores dos Estados Unidos.
"Esses compostos podem ser usados para purificar e separar misturas
complexas e catalisar ou acelerar o ritmo das reações dos
hidrocarbonetos e têm uma ampla aplicação no refinamento de petróleo e
nas indústrias petroquímicas."
Em 2004, o Instituto de
Tecnologia de Massachussets (MIT, na sigla em inglês) conferiu a ela o
prêmio Lemelson-MIT pelos efeitos revolucionários desta tecnologia.
Flanigen liderou uma equipe de inventores que descobriu "mais de uma
dezena de estruturas de peneiras moleculares e 200 composições, muitas
das quais foram comercializadas no refinamento de petróleo e nos
processos petroquímicos para reduzir os custos de energia e o
desperdício industrial", destacou o MIT.
Aos 87 anos, Flaningen
detém hoje 108 patentes nos Estados Unidos, e, entre suas pesquisas
foram aplicadas na purificação de água e no saneamento ambiental.
7. Máquina para fazer sacolas de papel
Dona de 26 patentes, concedidas entre 1870 e 1915, a americana Margaret
Knight (1838-1914) entrou para a história por ter inventado uma máquina
para fabricar sacolas de papel de fundo plano.
"A invenção
revolucionou a indústria de sacolas de papel ao substituir o trabalho de
30 pessoas pelo de uma única máquina", diz o Salão da Fama dos
Inventores dos Estados Unidos.
De forma automática, a máquina
cortava o papel, o dobrava e unia suas partes para criar a sacola.
"Antes de sua invenção, as sacolas de fundo plano só podiam ser feitas
manualmente e com um alto custo."
Seu invento foi usado em todo o
mundo e permitiu a produção em massa desse tipo de sacola. Uma variação
de sua máquina ainda era usada no fim do século 20.
8. Fralda descartável
Em 1951, foi concedida à arquiteta americana Marion Donovan (1917-1998)
a patente de uma cobertura impermeável para fraldas, o que fez com que
ficasse reconhecida mundialmente como a "mãe das fraldas descartáveis".
Quando ela faleceu, o jornal The New York Times escreveu em seu
obituário: "Tinha 81 anos e havia ajudado a encabeçar uma revolução
industrial e doméstica ao inventar o precursor da fralda descartável".
"Motivada pela tarefa frustrante e repetitiva de trocar as fraldas de
pano sujas, a roupa e os lençóis de seu filho, Donovan criar uma capa
para a fralda que permitia manter seu bebê seco", conta o Salão da Fama
de Inventores dos Estados Unidos.
"Diferentemente de outros
produtos no mercado, o seu foi feito com uma tela que permitia que a
pele do bebê respirasse e também incluía botões em vez de alfinetes."
Donovan batizou seu invento como "Boater", mas, num primeiro momento,
ele foi recusado por fabricantes. Por essa razão, ela começou a
comercializar a capa por conta própria e, após receber a patente, a
vendeu para uma companhia por US$ 1 milhão em valores da época.
Anos depois, o engenheiro industrial Victor Mills, da Procter &
Gamble, lideraria a equipe que fez a primeira fralda descartável como a
conhecemos hoje.
9. Sinalizadores marítimos
"Em uma
época em que as mulheres pareciam não fazer nada além de arrumar a casa e
criar os filhos, Martha Coston estava ocupada salvando vidas ao
aperfeiçoar os sinalizadores marítimos noturnos", destaca o livro As
Invenções de Martha Coston, de Holly Cefrey.
Coston (1826-1904)
desenvolveu um sistema de luzes pirotécnicas vermelhas, brancas e verdes
com base em esboços deixados por seu marido antes de ele morrer, para
que os barcos pudessem se comunicar entre si e com o pessoal em terra em
meio à escuridão e a grandes distâncias.
Ela passou dez anos
desenvolvendo a tecnologia antes de patenteá-la e a vendeu para a
Marinha americana. "O sistema deu uma vantagem decisiva à União na
Guerra Civil e a empresa Coston, fundada para produzir os sinalizadores,
operou até o fim do século 20", explica o Salão da Fama de Inventores
dos Estados Unidos.
"O sistema de códigos e sinalização foi
usado pelo serviço de emergência e o serviço meteorológico dos Estados
Unidos, instituições militares na Inglaterra, França, Holanda, Itália,
Áustria, Dinamarca e Brasil, navios mercantes e iates privados."
10. Limpador de para-brisa
Mary Anderson (1866-1953) teve a ideia de criar o limpador de
para-brisa quando viajava em um bonde por Nova York em um dia de neve no
início do século 20.
"Anderson observou que os condutores
tinham que abrir frequentemente suas janelas para poder enxergar em meio
ao clima impiedoso. Muitas vezes, eles tinham de parar o bonde e descer
do carro para limpar a janela", conta o Salão da Fama de Inventores dos
Estados Unidos.
"Sua ideia consistia em uma alavanca dentro do
veículo que controlava um braço mecânico equipado com uma escova de
borracha. A alavanca movia a escova pelo para-brisa para eliminar a
chuva ou a neve."
Segundo o Salão, com a patente concedida em 1903, a invenção tornou-se o primeiro dispositivo eficaz de limpeza do para-brisa.
11. A superfibra Kevlar
Stephanie Kwolek (1923-2014) foi uma química americana de origem
polonesa que, em 1965, descobriu uma variedade incrível de polímeros
cristalinos líquidos.
Dona de 17 patentes, a cientista "se
especializou em processos a baixas temperaturas para a criação de longas
cadeias moleculares, o que a conduziu à descoberta de fibras sintéticas
a base de petróleo de grande rigidez e resistência", indica o Salão da
Fama de Inventores dos Estados Unidos.
A fibra mais famosa
resultante dessas pesquisas foi a Kevlar, um polímero cinco vezes mais
forte que o aço. Trata-se de um tecido de alta resistência que é usado
para fabricar centenas de produtos, como coletes à prova de balas, cabos
de fibra ótica, peças de avião e cascos de navio.
"Sabia que
tinha feito uma descoberta", disse Kwolek em uma entrevista. "Não gritei
'eureka', mas fiquei muito emocionada, assim como todos no laboratório,
por estarmos diante de algo novo e diferente."
Além de salvar
vidas, o poderoso tecido gera centenas de milhares de dólares por ano em
vendas de produtos derivados em todo o mundo.
http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/bbc/2016/03/08/11-tecnologias-extraordinarias-criadas-por-mulheres.htm
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